A
crise que se abateu sobre diversas usinas de açúcar e álcool no país faz
aumentar o desemprego no Vale do Jequitinhonha. No passado, anualmente,
milhares de trabalhadores saíam da região para trabalhar no corte de cana em
São Paulo. Nos últimos anos, a quantidade de pessoas enviadas para as usinas de
álcool e açúcar diminuiu de maneira significativa. A consequência é que, hoje,
grande parcela dos ex-cortadores de cana do Jequitinhonha está desempregada.
“O
grande problema é que, além da falta de emprego, aqui chove muito pouco. Os
agricultores familiares tentam produzir, mas não conseguem por causa da seca”,
diz o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Araçuaí, Antonio das
Graças Pires da Silva. Segundo ele, já chegaram a sair do Vale do
Jequitinhonha, por ano, cerca de 30 mil trabalhadores para o trabalho no corte
de cana nas usinas no interior de São Paulo, principalmente na região de
Ribeirão Preto. Os homens costumavam ir nos meses de março e abril (início da
safra). Deixavam para trás as mulheres, as “viúvas da seca”, mas, mesmo à
distância, os cortadores de cana movimentavam a economia no vale, enviando
remessas para garantir o sustento da família que ficou em casa.
“As
próprias empresas que mandavam os ônibus para levar o pessoal. Mas,
ultimamente, as firmas não enviam mais o transporte. Os trabalhadores que
desejam ir para São Paulo precisam viajar por conta própria”, diz Antônio das
Graças. “Já chegaram a sair 200 ônibus de trabalhadores da cidade em poucos
dias”, lembra o presidente do sindicato. Segundo ele, com a redução da oferta
de postos de trabalho nas usinas de açúcar e álcool, uma alternativa para os
moradores do Vale do Jequitinhonha é procurar ocupação na construção civil em
Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro.
A
crise que se abateu sobre diversas usinas de açúcar e álcool no país faz
aumentar o desemprego no Vale do Jequitinhonha. No passado, anualmente,
milhares de trabalhadores saíam da região para trabalhar no corte de cana em
São Paulo. Nos últimos anos, a quantidade de pessoas enviadas para as usinas de
álcool e açúcar diminuiu de maneira significativa. A consequência é que, hoje,
grande parcela dos ex-cortadores de cana do Jequitinhonha está desempregada.
“O
grande problema é que, além da falta de emprego, aqui chove muito pouco. Os
agricultores familiares tentam produzir, mas não conseguem por causa da seca”,
diz o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Araçuaí, Antonio das
Graças Pires da Silva. Segundo ele, já chegaram a sair do Vale do
Jequitinhonha, por ano, cerca de 30 mil trabalhadores para o trabalho no corte
de cana nas usinas no interior de São Paulo, principalmente na região de
Ribeirão Preto. Os homens costumavam ir nos meses de março e abril (início da
safra). Deixavam para trás as mulheres, as “viúvas da seca”, mas, mesmo à
distância, os cortadores de cana movimentavam a economia no vale, enviando
remessas para garantir o sustento da família que ficou em casa.
“As
próprias empresas que mandavam os ônibus para levar o pessoal. Mas,
ultimamente, as firmas não enviam mais o transporte. Os trabalhadores que
desejam ir para São Paulo precisam viajar por conta própria”, diz Antônio das
Graças. “Já chegaram a sair 200 ônibus de trabalhadores da cidade em poucos
dias”, lembra o presidente do sindicato. Segundo ele, com a redução da oferta
de postos de trabalho nas usinas de açúcar e álcool, uma alternativa para os
moradores do Vale do Jequitinhonha é procurar ocupação na construção civil em
Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro.
André
Felipe e José Reinaldo: sem emprego no corte de cana em São Paulo, ganham a vida
trabalhando como mototaxistas em Araçuaí – Foto: Sérgio Vasconcelos
QUALIFICAÇÃO
Também
aumentou a migração para as lavouras de café do Sul de Minas. No entanto, a
falta de qualificação ainda é um obstáculo para muitas pessoas do meio rural,
onde muitos estão vivendo exclusivamente dos benefícios do programa
Bolsa-Família.
André
Felipe Alves de Souza, de 25 anos, solteiro, morador de Araçuaí já viajou para
o corte de cana na região de Ribeirão Preto por cinco vezes, na primeira delas
com 18 anos. Hoje, com a redução da oferta, tenta ganhar a vida como
mototaxista em Araçuaí. Outro ex-cortador de cana que tenta sobreviver como
mototaxista em Araçuaí é José Reinaldo Marcelo Santana Júnior, de 26. Ele
viajou para o corte de cana durante três anos e trabalhou em usinas no Paraná e
em São Paulo. “Por mais que o trabalho fosse sofrido, dava para a gente ganhar
alguma coisa”, diz José Reinaldo, que comprou a moto com o dinheiro que
conseguiu juntar nas usinas. Ele disse que no transporte alternativo ganha
entre R$ 400 e R$ 700 por mês.
(Estado de Minas)